Apaixonei-me por ela no dia em que percebi que aquele pânico que sentia, era o medo que tinha de mulheres como ela. Mulheres que não têm medo de dizer o que pensam, que levantam a cabeça sempre que andam na rua. Mulheres bonitas demais, sorridentes demais, confiantes demais, bem-dispostas demais, livres demais. Mulheres com demasiados “Vamos? Vamos!”. Percebi, e deixei-me matar por isso. Ela era o veneno, mas era também a única cura. Amei-a da única maneira que conhecia, mas esqueci-me de lhe provar. Esqueci-me de lhe provar em noites como as de hoje, em que os copos meio cheios tocam uns nos outros, brindando aos corações meio vazios. Em noites como as de hoje, em que me sinto cada vez mais vivo por fora e mais morto por dentro. Em noites em que tudo brilha, menos o olhar dela. Esse já não brilha mais por mim. Esqueci-me de lhe provar que a amava sempre que achei que as palavras tinham de ser poupadas. Sempre que perdi a vontade de lhe dizer aquilo que achava que ela já sabia. Ti...
Só faz sentido, se for expressado