Apaixonei-me por ela no dia em que percebi que aquele pânico que sentia, era o medo que tinha de mulheres como ela. Mulheres que não têm medo de dizer o que pensam, que levantam a cabeça sempre que andam na rua. Mulheres bonitas demais, sorridentes demais, confiantes demais, bem-dispostas demais, livres demais. Mulheres com demasiados “Vamos? Vamos!”. Percebi, e deixei-me matar por isso.
Ela era o veneno, mas era também a única cura. Amei-a da única maneira que conhecia, mas esqueci-me de lhe provar. Esqueci-me de lhe provar em noites como as de hoje, em que os copos meio cheios tocam uns nos outros, brindando aos corações meio vazios. Em noites como as de hoje, em que me sinto cada vez mais vivo por fora e mais morto por dentro. Em noites em que tudo brilha, menos o olhar dela. Esse já não brilha mais por mim. Esqueci-me de lhe provar que a amava sempre que achei que as palavras tinham de ser poupadas. Sempre que perdi a vontade de lhe dizer aquilo que achava que ela já sabia.
Tive-a tantas noites a dormir na minha cama. Demasiadas. Com lingeries arrojadas ou com pijamas largos. Com maquilhagem, sem maquilhagem. Sóbria de pensamentos ou embriagada de sonhos que eu sabia que nunca se iriam realizar. Foram tantas, que achei que não havia mais nada ali.
Era hábito ouvir as outras pessoas olharem para nós e dizerem que se notava o quanto ela me amava, o quanto parecíamos felizes juntos. Agora, visto de fora, eu só queria recuperar esse quadro. Acho que nunca tinha reparado no quanto ela é incrivelmente linda. No quanto se preocupa com a forma com que se arranja para ela mesma e na forma despreocupada com que encara o que os outros vão pensar dela. Nunca reparei na forma como os outros homens a olham, até me encontrar no lugar deles.
Sei que estás feliz. Conheço esse olhar. Sei que a forma com que olhas para ele foi a forma com que olhaste para mim um dia. E eu nem sequer me dei conta de que sorris com os olhos. Espero que ele saiba que para ti um beijo vale mais que qualquer palavra, no momento certo. Que um simples abraço te faz sentir segura. Espero que ele te dê a mão sempre que sentires que estás perdida e que te diga ao ouvido o quanto és bonita. Espero que ele te deseje quanto tu és capaz de desejar alguém. Espero que ele te faça perceber o quão especial tu és, todos os dias.
Ao longo de todo este tempo, percebi que é possível viver sem o nosso grande amor. Nunca mais somos os mesmos, mas conseguimos continuar a respirar e a manter-nos vivos.
É aqui que percebemos que a pior forma de esperar por alguém é saber que não temos ninguém à nossa espera.
Por todas estas falhas minhas, por todas as noites em que te dei o meu silêncio quando tu só pedias uma palavra, por todos os gritos presenteados quando o silêncio devia imperar, por todas as faltas de paciência.
A vida deu-me agora um lugar na fila da frente, do espectáculo que é ver-te feliz, ao lado de outra pessoa, que não eu.
Ela era o veneno, mas era também a única cura. Amei-a da única maneira que conhecia, mas esqueci-me de lhe provar. Esqueci-me de lhe provar em noites como as de hoje, em que os copos meio cheios tocam uns nos outros, brindando aos corações meio vazios. Em noites como as de hoje, em que me sinto cada vez mais vivo por fora e mais morto por dentro. Em noites em que tudo brilha, menos o olhar dela. Esse já não brilha mais por mim. Esqueci-me de lhe provar que a amava sempre que achei que as palavras tinham de ser poupadas. Sempre que perdi a vontade de lhe dizer aquilo que achava que ela já sabia.
Tive-a tantas noites a dormir na minha cama. Demasiadas. Com lingeries arrojadas ou com pijamas largos. Com maquilhagem, sem maquilhagem. Sóbria de pensamentos ou embriagada de sonhos que eu sabia que nunca se iriam realizar. Foram tantas, que achei que não havia mais nada ali.
Era hábito ouvir as outras pessoas olharem para nós e dizerem que se notava o quanto ela me amava, o quanto parecíamos felizes juntos. Agora, visto de fora, eu só queria recuperar esse quadro. Acho que nunca tinha reparado no quanto ela é incrivelmente linda. No quanto se preocupa com a forma com que se arranja para ela mesma e na forma despreocupada com que encara o que os outros vão pensar dela. Nunca reparei na forma como os outros homens a olham, até me encontrar no lugar deles.
Sei que estás feliz. Conheço esse olhar. Sei que a forma com que olhas para ele foi a forma com que olhaste para mim um dia. E eu nem sequer me dei conta de que sorris com os olhos. Espero que ele saiba que para ti um beijo vale mais que qualquer palavra, no momento certo. Que um simples abraço te faz sentir segura. Espero que ele te dê a mão sempre que sentires que estás perdida e que te diga ao ouvido o quanto és bonita. Espero que ele te deseje quanto tu és capaz de desejar alguém. Espero que ele te faça perceber o quão especial tu és, todos os dias.
Ao longo de todo este tempo, percebi que é possível viver sem o nosso grande amor. Nunca mais somos os mesmos, mas conseguimos continuar a respirar e a manter-nos vivos.
É aqui que percebemos que a pior forma de esperar por alguém é saber que não temos ninguém à nossa espera.
Por todas estas falhas minhas, por todas as noites em que te dei o meu silêncio quando tu só pedias uma palavra, por todos os gritos presenteados quando o silêncio devia imperar, por todas as faltas de paciência.
A vida deu-me agora um lugar na fila da frente, do espectáculo que é ver-te feliz, ao lado de outra pessoa, que não eu.
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