É tão comum confundirmos estas duas palavras, julgando-as um sentimento só. De repente, amamos alguém, sentimo-nos apaixonados e é amor. As coisas não são bem assim. Paixão prende-se naquele amor platónico por qual fazemos tudo, nos entregamos de corpo e alma, mas apenas e somente durante uns instantes. Depois desaparece tudo. Essa é a paixão no seu estado puro e duro. O amor… o amor é muito mais do que isso. O amor é aceitarmos ficar sem respirar, sem hesitação, se assim for necessário. Amor é querermos dar, com tanta força, só porque sim, sem pensar no que vamos receber. Amor é respirar um ar mais leve, sentir que está tudo certo, no lugar certo, na hora certa e sobretudo, com a pessoa certa. É ter a sensação que não há nada que pode ficar melhor até se sentir a necessidade de reproduzir mais amor ainda… É esta a diferença entre amor e paixão. Parece claro. Ainda assim, é confundido. Somos seres racionais que não conseguimos ter a consciência plena de um sentimento tão claro. Não conseguimos, ou não queremos… Não temos a curiosidade de os colocar numa balança e perceber qual dos dois tem mais peso. Talvez pelo medo da resposta! Talvez porque se descobrirmos que o peso é igual, vamos morrer sufocados e vamos achar que já nada vale a pena. Aquele amor por que se sonha para uma vida inteira, e aquela paixão que nos faz sentir em chamas. É talvez esse fogo que nos aconchega apenas por momentos que vale mais a pena que um amor monótono e irreversível que a vida tem para nos oferecer, que vale mais a pena que todo o sossego. Isso assusta. Isso assusta-nos. Isso assusta-me. Talvez a resposta seja o amor. Não é ele a resposta para tudo? Essencial à vida? Talvez seja ele o caminho, mas provavelmente nunca vamos conseguir seguir um caminho tão longo sem ter a curiosidade de olhar para trás…
No dia que li esta frase, foi o momento em que entendi tudo. Depois de toda a tempestade que passou por mim, senti finalmente que descansava sob uma cama de nuvens, cheia de conforto. Achava que era aquilo a recompensa por tudo o que já me tinha atormentado no passado e entreguei-me sem medo. Entreguei-me como quem está tão cansada que coloca as decisões nas mãos de outra pessoa e desfruta do caminho. Mas Deus tem sempre um plano maior para nós, mesmo quando não entendemos. Vivi os melhores dias da minha vida, as melhores semanas e os melhores meses. Amei, fui amada, cuidei, fui cuidada, abracei, fui abraçada, beijei, fui beijada. Depois veio a escuridão. Fui deixada como quem fecha uma janela num dia de sol. Assim, nessa rapidez. Os sonhos, os planos, toda a vida que sonhei, puxada debaixo dos meus pés de repente e sem qualquer hipótese de recuperação. Seguiram-se dias muito duros. Em que me questionei a mim própria, perguntei-me onde é que não fui suficiente, o...
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