Chegou o dia. Depois do turbilhão de emoções e sensações novas, chegou o dia em que o mundo parou, e imagina só, de pernas para o ar. Consegues imaginar? Está tudo do avesso. Ontem, eramos só tu e eu. Nunca percebi bem o que me fez depender de ti como de ar para respirar, sei que não foi de repente, foi muito devagar, mas quando dei por mim, já eras o meu mundo. Nem faz sentido nenhum. Alguém ser o mundo para alguém. Mas a verdade é que eras. Não aquele mundo que parou hoje, mas aquele de que precisamos e dependemos. Eras o mundo no sentido em que eu fazia tudo a pensar em ti. Antes de alguma decisão, eu pensava não só por mim, mas pelos dois. Onde quer que eu fosse sem ti, eu desejava trazer um bocadinho para que saboreasses a vida tanto quanto eu. Quando me falavam de amor, era em ti que eu pensava. Ainda é em ti que eu penso quando essa palavra é dita. Quando me falam em planos a dois, em viagens, em restaurantes, ainda é em ti que eu penso. Sempre foi. Mas hoje, chegou o dia. O dia em que as saudades já não se podem chamar apenas saudades. Saudades parece quase bom, saudável e suportável. Isto não. Isto provoca dor. Não são apenas saudades. É qualquer coisa, que eu não sei dar nome. Talvez seja a acumulação de muitas saudades juntas. Não sei se de ti, se de mim, ou daquilo que eramos juntos. Nunca fomos perto sequer de ser perfeitos. Mas havia magia. Havia magia quando eu olhava para ti a ver-te dormir. Não é só aquele cliché que se costuma dizer e sabe bem ouvir. Eu realmente fazia isso. Sempre que adormecias primeiro que eu, eu passava bons serões a olhar para ti e a pensar o quanto te amava. Meu deus. Tudo aquilo que eu desejava estava ali, diante de mim, inocente e tão perfeito. Mesmo que não fosses, naquele momento, eu conseguia fazer com que te transformasses aos meus olhos. O amor que eu sentia era inexplicável. Já tinha amado antes, mas não assim. Tinha amado de uma maneira imatura e encantada. O amor que sentia por ti era diferente. Era um amor lúcido, um amor de quem era capaz de tudo para ver a pessoa bem. Coloquei muitas vezes o teu bem-estar à frente do meu. Fi-lo todas as vezes em que abdiquei daquilo que me fazia sentir confortável, para te colocar um sorriso na cara, desculpa quando mesmo assim o sorriso não era alcançável, eu tentei. Fi-lo porque achava que o amor era isso, e acredito ainda hoje que o amor era realmente isso, mas não só.
Amor era a felicidade quando eu sentia quando falava de ti. Tu não imaginas, nem nunca vais fazer uma pequena ideia da emoção que eu sentia quando durante o meu dia contava as horas para ir ter contigo. Terminar um dia chato e cansativo ao teu lado era a definição pura de felicidade. Era inexplicável. Consigo lembrar-me tão bem que quase parece que ainda estou a sentir. Amor era estar sempre ali. Amor foi quando gastei o chão do hospital em esperas intermináveis. Amor foi quando fiz das horas, minutos, só para ir em teu auxílio. Amor era quando eu sentia as tuas dores. E eu senti tanto as tuas dores… Porque é que nunca sentiste as minhas? Amor era passear contigo e dar importância às pequenas coisas. Amor era ouvirmos a mesma música e sorrirmos. Amor era quando nos olhávamos e não precisávamos de falar. Mas muitas vezes, só foi amor, dentro da minha cabeça. E agora, estou perdida. É como que um sentimento de impotência, invalidez, está quase ali, estou a vê-lo, mas não o consigo agarrar. Amo-te. Amo-te tanto. É impossível não amar, é impossível deixar de amar. Fizeste-me tão feliz sem te aperceberes. Eu só queria conseguir agarrar esse sentimento outra vez. Queria tanto. Percebes isso? Percebes a minha dor? Percebes o peso que carrego? Nestes dias descobri que as lágrimas são inacabáveis, não existe um momento em que simplesmente deixam de cair. Elas estão sempre prontas. Tenho lutado tanto para as aguentar. Certo é que o mundo apenas tem parado para mim. Para as outras pessoas, continua a girar, para outras, a parar de uma maneira ainda pior. Mas agora, só consigo ser egoísta. Só consigo pensar na minha dor, está a apertar tanto. Ainda ontem estávamos felizes. Apesar de todas as coisas menos boas, eu era feliz. Pelo menos em relação a agora. Talvez aquilo nem fosse a felicidade no estado pleno, mas tinha de ser qualquer coisa. Agora, é como se a qualquer momento fosse tombar, sem ti para me agarrar. Agora quando as coisas boas e as piores acontecem, já não tenho permissão para te contar, como fazia sempre, primeiro que a qualquer outra pessoa. Nestes últimos tempos, foi-me apresentado o pior sentimento que eu já alguma vez senti. É este, amor. É o sentimento de não estar feliz. De não estar feliz sem ti, e de não conseguir de maneira nenhuma, estar feliz contigo. Amo-te, amo-te tanto. Mas “amar só, não chega”, dizem os que já deixaram de amar.
Amor era a felicidade quando eu sentia quando falava de ti. Tu não imaginas, nem nunca vais fazer uma pequena ideia da emoção que eu sentia quando durante o meu dia contava as horas para ir ter contigo. Terminar um dia chato e cansativo ao teu lado era a definição pura de felicidade. Era inexplicável. Consigo lembrar-me tão bem que quase parece que ainda estou a sentir. Amor era estar sempre ali. Amor foi quando gastei o chão do hospital em esperas intermináveis. Amor foi quando fiz das horas, minutos, só para ir em teu auxílio. Amor era quando eu sentia as tuas dores. E eu senti tanto as tuas dores… Porque é que nunca sentiste as minhas? Amor era passear contigo e dar importância às pequenas coisas. Amor era ouvirmos a mesma música e sorrirmos. Amor era quando nos olhávamos e não precisávamos de falar. Mas muitas vezes, só foi amor, dentro da minha cabeça. E agora, estou perdida. É como que um sentimento de impotência, invalidez, está quase ali, estou a vê-lo, mas não o consigo agarrar. Amo-te. Amo-te tanto. É impossível não amar, é impossível deixar de amar. Fizeste-me tão feliz sem te aperceberes. Eu só queria conseguir agarrar esse sentimento outra vez. Queria tanto. Percebes isso? Percebes a minha dor? Percebes o peso que carrego? Nestes dias descobri que as lágrimas são inacabáveis, não existe um momento em que simplesmente deixam de cair. Elas estão sempre prontas. Tenho lutado tanto para as aguentar. Certo é que o mundo apenas tem parado para mim. Para as outras pessoas, continua a girar, para outras, a parar de uma maneira ainda pior. Mas agora, só consigo ser egoísta. Só consigo pensar na minha dor, está a apertar tanto. Ainda ontem estávamos felizes. Apesar de todas as coisas menos boas, eu era feliz. Pelo menos em relação a agora. Talvez aquilo nem fosse a felicidade no estado pleno, mas tinha de ser qualquer coisa. Agora, é como se a qualquer momento fosse tombar, sem ti para me agarrar. Agora quando as coisas boas e as piores acontecem, já não tenho permissão para te contar, como fazia sempre, primeiro que a qualquer outra pessoa. Nestes últimos tempos, foi-me apresentado o pior sentimento que eu já alguma vez senti. É este, amor. É o sentimento de não estar feliz. De não estar feliz sem ti, e de não conseguir de maneira nenhuma, estar feliz contigo. Amo-te, amo-te tanto. Mas “amar só, não chega”, dizem os que já deixaram de amar.
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