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Mensagens

A mostrar mensagens de 2023

O teu nome não é Jonny, é amor

Há dias em que tenho de correr para o ecrã porque sinto que o que me ocupa a cabeça tem de rapidamente ser descarregado antes que se perca na imensidão dos meus pensamentos. Outros que apenas sinto que tenho de dizer algo, mas não sei bem o que. Este é um destes momentos. Estou colada ao ecrã a deixar que os meus dedos deslizem pelas teclas à medida que os pensamentos me surgem. Não sei que tipo de escrita é esta, eu chamo a que me deixa de coração mais calmo, porque neste momento está bem apertado. Chegou ao fim mais um ano. Mas este é especial. Achei que ia ser igual aos outros, meio sem graça, em que andamos aqui a procura de algo que nos faça sentir e tentar idealizar um objetivo que está muito lá ao fundo, mal o vemos, mas guardamos a esperança de um dia o alcançar. Era essa a minha posição, e tristemente tinha-me entregue a ela de corpo e alma. Felizmente tenho pessoas maravilhosas à minha volta que me abrem os horizontes todos os dias. Umas com palavras doces, outras com palavra...

As saudades doem no coração

No dia em que te conheci e sorriste para mim, invejei por segundos a tua boa disposição. Desejei tê-la comigo todos os dias. Porque é muito bom termos ao nosso lado alguém que sorri como nós, que tem uma energia positiva igual a nossa e um astral alto. E isso percebe-se nos primeiros minutos de conversa. Existem pessoas felizes por natureza, pessoas com dias felizes e pessoas que se queixam todos os dias, essas são com certeza infelizes. Percebi que eras dos meus. A vida podia ter-te dado as maiores cargas, eu nem sequer as conhecia ainda, mas tu eras feliz. Dos que acorda num dia de chuva e anseia o arco-íris. Eu que sou de pensar muito e de imaginar cenários, não imaginei nenhum. Embrenhei-me na conversa até perder a hora, perder o motivo e perder o chão. Perdi-me até hoje, em que me sinto completamente envolta neste sentimento que não tinha há tanto tempo quanto me consigo lembrar. Estás a uma distância de 7800km de mim, levaste contigo o coração que eu te entreguei sem sequer...

Coragem

Costuma-se dizer que a vida primeiro nos faz fortes, depois felizes. Sempre ouvi isso. Mas nunca tinha entendido o momento em que me fizeram forte, uma vez que sempre fui feliz. Entretanto, ele chegou. Já há algum tempo. Pontapearam-me, rasgaram-me ao meio e atiraram-me por um precipício. Quando cheguei lá abaixo e acordei, tive de piscar os olhos uma quantas vezes para ter a certeza de que estava viva. Aparentemente, ainda respirava, tinha pulsações e continuava a ter visão, embora muito distorcida da realidade. Não me perguntem como ficou a minha cabeça. Ainda hoje eu não sei dizer.  Quando estava lá em baixo e olhei para cima, ouvi vozes, vi braços estendidos e senti muita energia a envolver-me. Isso deu-me força, mas também me fez perceber que para chegar ao topo eu teria de me recuperar e subir pelo meu próprio pé. Foi aí que começou a jornada da força. Fui buscá-la ao meu mais profundo ser. Fui buscá-la ao fundo do meu coração completamente despedaçado. Foquei-me na esperança...

Caso indefinido

Acreditam em amor à primeira vista? Eu não acreditava, nem deixava de acreditar. Nunca me tinha acontecido. Cheguei a pensar que a vida era isto, e que tinha de me resignar aquilo que tinha e não ia haver espaço para ser mais feliz. Cheguei a focar-me nisso com tanta força, que quase acreditei que não ia ser mais do que era. Ter mais do que tinha. Foi preciso chegar aos trinta anos para me forçar a pensar de outra forma. E o poder da mente, de acreditar, move montanhas. Sou de encantamento fácil, gosto de me apaixonar por aquilo que as pessoas mostram ser, por conversas intensas, por cara bonitas, por olhares profundos. Mas essencialmente, gosto de preencher espaços por inteiro, espaços que por norma estão lá mas que nunca são totalmente preenchidos. Falta sempre qualquer coisa. Mas ao chegar à “idade que muda a nossa vida” eis que chega ele. Sabem aquele choque de realidade que nos faz ver a vida a passar a frente em minutos? Foi isso. Sabem quando o dia está chato demais e só quere...

A despedida que não estava nos meus planos

Acho que nos perdemos algures por aí. Não sei dizer onde, nem quando. Se nos dias em que preferiste outros planos em vez de a mim ou nas noites em que deixei de me importar com o que seria a tua refeição no dia seguinte. Achei que íamos ficar juntos para todo o sempre, como nos filmes. Mas já sabemos, tu sempre me disseste que haviam coisas que só aconteciam nos filmes. Enganaste-me nisso. Provavelmente enganaste-te a ti também. Há coisas incríveis que podem acontecer na vida real. Sabe que foste sempre presente, leal, amigo, protetor, cuidadoso, preocupado e parceiro. Para muitas mulheres isto seria o que basta. Mas eu sempre senti que o mundo tem mais para mim. Quase sempre ficaste feliz em me ver chegar, mais feliz ainda se eu já tivesse chegado antes. Preparavas a comida, tratavas das tarefas e davas-me um beijo de boa noite e de bom dia, todos os dias que passámos juntos. Não posso dizer uma falha nesse ponto, porque não houve. Mas acho que foi aí que nos perdemos. Tornaste-te o m...

Guarda-me

Dei-me conta de que as coisas mais bonitas da vida acontecem quando estamos a fazer outros planos, ou quando estamos simplesmente distraídos. Distraídos o suficiente para os acontecimentos chegarem até nós num sussurro. Foi assim que chegaste. Com um jeito envergonhado o suficiente para mostrar quem eras, mas descarado quanto baste para eu me interessar por descobrir. E aos poucos, fui descobrindo, e aos poucos, foste mostrando.  Existem beijos que nos beijam a alma, mas já sabemos disso. não é? Toques que nos dilaceram e momentos que nunca mais esquecemos, por mais que queiramos. Porque foram intensos, porque nos marcaram e porque foram fortes o suficiente para meter uma estaca a marcar presença. Sempre acreditei que se somos grandes demais para agir, também temos de o ser para acartar com as consequências dos nossos actos, é aqui que nos encontramos. Esta consequência dói no peito, aperta o coração, faz nó na garganta e cria insónias. Porque sei onde estás, mas não te sinto, não ...

Ferida

 Li algures que de alguma forma o sofrimento nos coloca diante nós próprios. Na altura não entendi bem a frase, mas guardei-a porque senti que algum dia iria fazer sentido. Tocou-me. Hoje consigo entender o porquê de não lhe ver o significado. Não tinha tido ainda oportunidade dispensável de me ver refletida na poça das minhas próprias lágrimas. Hoje o sofrimento bateu a minha porta. Por nada em especial, por tudo num todo.  Quando respondia a questões como “descreve-te num pequeno texto” ou “quais são as características que te definem”, a minha reação era logo um sorriso nos lábios - isto é música para os meus ouvidos - pensava eu, porque escrever era a minha paixão e descrever-me era a minha facilidade. Então era quase como uma melodia escrita em que tentava colocar em palavras que era feliz. Tão feliz. Que era alegre, que a simpatia morava em mim. Que era uma miúda doce, que as pessoas trocavam dois dedos de conversa comigo e logo me adoravam, porque simplesmente “o santo b...