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15

Número 15. Não o vejo apenas como um simples número, na verdade, não sei explicar muito bem sequer a maneia de como o vejo ou como gosto dele. Expressa o dia mais relevante da minha vida, aquele que poderia ser o nosso dia. Há precisamente onze meses atrás, e incrivelmente, lembro-me de todos os pequenos passos que construíram um caminho, caminho esse que deixamos por terminar…
Não sei como não sentes a falta, era exactamente dia Quinze de Maio de Dois Mil e Oito. Naquele banco cheio de gente, mas que aos nossos olhos estava apenas preenchido por nós dois. Aquele barulho que envolvia o espaço, era como silêncio para as nossas mentes onde apenas as palavras certas se convergiram no momento certo, o nosso momento, o nosso dia, o nosso “para sempre”. Dificilmente me consigo agarrar à ideia de estar sem ti. Já passou tanto tempo, e ainda continuas a ser o meu equilíbrio quando só tu és capaz de me deixar desequilibrada, e de igual modo és o único que me consegue estabilizar. Aquilo que mais queria era conseguir olhar para ti como alguém no sentido mais astuto da palavra “alguém”, não queria que fosses nem mais, nem menos, só alguém. Alguém que eu não tivesse de justificar, de caracterizar ou de pronunciar sequer. Gostava que entendesses tanta coisa, mas já percebi que afinal, nem eu consigo entender nada, sinto-me desamparada. Pensava que tinha achado um novo rumo, pensava que tinha forças para fazer um novo caminho, sozinha, como aquele que deixamos por terminar, mas não consigo. Dou por mim sem forças sequer para me levantar e afinal hoje podia ser o nosso dia, o caminho podia ter continuidade e mais brilho, podia ser o nosso caminho tal como todos os outros que deixamos a meio.
Queria tanto entender porque é que já não existe nada e tu ainda continuas a completar o meu todo.
Porque é que ainda te amo? 

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