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psjc

Por vezes dou por mim a pensar como será quando estiver noutro lugar. Dou por mim de
olhos fechados, cheia de dúvidas e a pensar no certo e no errado. Achei que nunca
tivesses feito sentido, que nunca passasses de um passatempo e nunca me ia magoar
por essa mesma razão, mas agora, é tudo diferente. Foi tudo tão rápido, ficou tanto por dizer, tanto por fazer, tanto por mostrar. Foram mais as coisas que deixamos para ser feitas, do que aquelas que propriamente fizemos juntos. Agora, passado tanto tempo, sinto a falta. Sinto as saudades de todos os beijos que demos, de todos os abraços e de todos os olhares lançados que atingiam que nem uma flecha. Nada disto faz sentido, e parece tudo absurdo, para quem conhece o verdadeiro sentido da história. Mas talvez a vida seja feita de imprevistos, e este seja um deles. Não te tomo como uma má pessoa, muito pelo contrário. Admiro-te. A verdade, é que sempre foste especial, sempre me tratas-te como ninguém, e eu só te tenho a agradecer por isso, mas na altura parecia que tudo era demais. Agora, tenho vontade de recuar no tempo. Nos últimos tempos tudo tem parecido mais claro na minha cabeça, mas ao mesmo tempo tudo confuso. Não sei bem porque, mas ultimamente só tenho vontade de te ter aqui, de te abraçar e de te dizer tudo aquilo que tenho mantido guardado só para mim. E o mais estranho de isto tudo, é isso mesmo, é essa pessoa seres tu. Mesmo que não tenhas feito nada para que isso acontecesse, és tu e só tu. Era capaz de passar o resto da minha vida segura a ti, fazes com que me sinta protegida, fazes-me bem. Para falar a verdade, sinto a tua falta. 

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