Sempre fui a primeira pessoa
contra, quando alguém proferia essa frase. Não faz sentido. Quando alguém se
ama, tem-se o dever e o direito de estar junto. Não há qualquer tipo de
desculpa ou motivo para assim não ser. Porquê complicar? A gente chega,
atrai-se, acostuma-se, ama-se e fica junto. É só isto. Pensava eu…
Às vezes não é mesmo assim tão
fácil quanto parece. Não é fácil amar alguém que tem outros hábitos, outro
feitio, outra maneira de ver a vida, outra maneira de querer seguir a vida. Às
vezes, por muito que queiramos, não conseguimos aceitar e por conseguinte, não
respeitamos. São essas as alturas em que pensamos “afinal, amar apenas, não
basta” falta tanta coisa. Temos diariamente de conseguir dar atenção a pormenores,
saber entender ou mesmo que não entendamos, saber ouvir e perceber que é assim,
por que sim. Sem mais nenhuma razão. Temos de aprender a ser humildes, a
admitir quando não estamos certos em vez de continuar a teimar, porque somos
orgulhosos o suficiente para pedir desculpa. Temos de prender que não somos só
nós quem importa, existe o outro lado, que tem o mesmo valor, ou mais ainda. Às
vezes estamos tão absorvidos pela vida, pelo quotidiano, a rotina torna-se tão esmagadora,
que nos esquecemos de tudo isto, e depois pensamos novamente “amar não basta”
se nos esquecermos dos complementos que se seguem a esse sentimento. Não
acredito que haja alguém a quem isto ainda não tenha acontecido, é inevitável,
por muito que queiramos, o descuido às vezes leva a melhor de nós. E é ai, no
meio da maior confusão, dos gritos que nos fazem deitar para fora tudo o que
nos remói, das lágrimas que inevitavelmente não conseguimos conter, que
percebemos que o amor tem de bastar. Tem de ser suficientemente forte e
verdadeiro para quando cair, poder erguer-se. Há quem não consiga, há quem não
tenha robustez e perseverança para quando cair, se levantar e assim se perdem
grandes oportunidades, oportunidades que talvez só cheguem uma vez na vida. Era
aquela! Tinha mesmo de ser agarrada. Tínhamos mesmo de nos elevar e correr
atrás, antes que aquilo que agora temos passe a ser aquilo que tivemos. É por
esta simples razão que o amor tem de bastar. Tem de valer a pena o suficiente
para continuarmos aqui, no meio da confusão, dos gritos, porque são eles que
nos dão a certeza de que continuamos aqui, a lutar para preservarmos o nosso
lugar, o lugar que eu chamo de amor, e onde com certeza, sou mais feliz.
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