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These words will bring me down

Achava eu que a amizade perfeita existia e que durava, independentemente de tudo, para sempre. Não sei onde fui buscar tal ideia tão absurda, creio que ninguém me disse, mas talvez me fizessem crer e eu confirmei piamente. Estou tão agarrada aos meus pensamentos de criança que não consigo olhar muito bem o mundo das pessoas grandes, o mundo severo onde se fazem coisas horríveis, onde magoamos pessoas, traímos pessoas, odiamos pessoas. É algo que ainda me ultrapassa e talvez coisa que nunca vai encaixar a cem por cento na minha cabeça, porque é que existe pessoas egoístas, que só gostam delas e não vêm que ao fazer apenas bem para si, podem estar a estragar o lar de outras. Às vezes gostava de poder comandar a cabeça de algumas pessoas, fazê-las abrir os olhos, fazer-lhes ver de que há sempre outro caminho. Há sempre o certo e o errado. O seguro e o perigoso, o curto e o longo, o fácil e o difícil. E que nem sempre o certo é o mais fácil e que tal como tudo na vida existem barreiras que temos de crescer para aprender a ultrapassar.
Por vezes, penso que nunca vou conseguir ultrapassá-las por completo, acho que a dada altura as minhas forças vão acabar por completo e só vou conseguir olhar às alturas e pedir que me levem daqui. Apesar de este não ser o pensamento mais certo, é o mais fácil, aquele que eu sempre disse que era o caminho dos fracos. Acho que me estou a deixar levar por ele. Já me esqueci de tudo aquilo que valia a pena e já não vejo razões para lutar, só quero descansar. Parar e desistir de tudo.
Afinal o problema não é a admissão do acto, mas sim a falta de ânimo. Só queria alguma coisa que me desse vontade de seguir em frente, consegui em pouco tempo perder todas as minhas vontades, todas as minhas iniciativas, por tua culpa, por tua tão grande culpa. Quando é que este inferno vai acabar? 

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