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Agora e Para Sempre.

Sempre olhas-te para mim, com uns olhos de quem conseguia ler a minha mente, e isso fazia-me acreditar em tudo o que poderia haver de bom ali, comigo e contigo. Na verdade, sabias-me de cor, eu nem precisava falar. Antes de proferir a primeira palavra tu já sabias o que lá vinha. Sorrias de uma maneira sem igual, olhavas-me de uma maneira única, uma maneira só tua que nunca, ninguém, em jamais algum momento me conseguiu olhar, deixavas-me sem forças, sem palavras, como se tudo o que tivesse de ser dito e feito, acontecesse por si, sem que tivéssemos de oscilar alguma coisa. Foi assim durante muito tempo, era como se tivéssemos um paraíso só nosso, só nosso… Onde a entrada a outros seres era banida. Quando estavas longe, um simples telefonema para ouvir a tua voz, uma simples mensagem era o que eu precisava, e na verdade, eu tinha. Mas as coisas começaram a tornar-se monótonas, e bastante retrógradas, algo estava diferente e eu sabia disso, apenas tentava fingir que não sabia, tentava pensar que não passaria de uma fase e que as coisas iriam melhorar, mas isso estava a demorar a chegar, a “fase boa” e eu confesso que cheguei a pensar no impossível. Por fim, vim a saber que aquele paraíso a que dizíamos só nosso e interdito a outros, afinal não era assim tão interdito. E afinal, já lá tinha estado um outro alguém, se não eu. Nesse tempo, não soube fazer outra coisa se não chorar, dar a minha parte fraca foi o predicado que eu utilizei mais vezes, e não o conseguia controlar… Sempre pensei, que quem ama, cuida! E tudo o que se tinha passado não me entrava na cabeça, por muito que eu pensasse, não conseguia entender, só queria um porquê. E ninguém mo dava. Mas eu amava, e lembrei-me que quem ama, também perdoa, e assim o fiz, por muito que quisesse nada foi igual durante aquele tempo. Era tudo demasiado recente, tudo tão “fresco” que eu tinha medo, medo de balançar de mais, e acabasse por estragar toda a pintura feita por cima, feita por mim, como forma de esquecer aquilo que em poucos instantes estragou o que demorou a construir num ano. Tentei ao máximo não me mexer, não vacilar. E ao contrário do que eu pensava, tu também ajudas-te. Ao início, pouco, e não sei bem porquê, talvez dúvidas, incertezas, ou de certo modo, algum medo de fraquejar. Mas tal como eu, foste forte, juntaste-te a mim, e juntos, passamos por cima. E hoje, acho que fizemos tudo bem, dentro das circunstâncias, e dos possíveis e acho que este caminho que escolheste é o que te faz feliz a ti. A mim, sem dúvida.
Não me arrependo de nada do que fiz, e não quero, nem por sombras, que tu te arrependas também, pois não nos devemos nunca arrepender daquilo de fizemos, apenas se for necessário, daquilo que deixamos por fazer… Se erramos, se batemos com a cabeça na parece deu para aprender, errar é humano, acertar já provem de outros meios. E se tudo isto que se sucedeu serviu para construir o presente em que estamos a viver agora, eu esqueço do que aconteceu. Era preferível ser tudo bonito como nos contos de fadas, mas se não foi esse o caso, e se o final foi bom, eu prefiro assim. Depois de tudo, tenho duas palavras “ muito obrigado”. Foste o único a mostrar-me o que é o verdadeiro amor, e nisto, serás sempre o único. Até hoje, ninguém me fez sentir como tu me fizeste sentir, e ainda fazes. És, foste e sempre serás único. E prometo-te, enquanto eu for gente, nunca me vou esquecer de ti, de ti, e de tudo aquilo de bom que proporcionamos um ao outro. És sem dúvida, a pessoa mais especial e importante que alguma vez imaginei ter, “a paixão pela qual eu tanto esperei”.

Amo-te


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