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Nós... dividimo-nos!

Fazes uma pequena ideia daquilo que eu era capaz de fazer por ti? Daquilo que eu dava só por mais um minuto? Tens a noção do quanto eu te vivi? Não tens, e nunca tiveste. Todos diziam que não ia passar de mais um amor, mas eu sempre soube, eu sempre disse, este é o “amor”. E realmente foste… Certo é que nunca mais vou amar assim alguém, nem que viva as vidas todas que viver. Eu só dava tudo para ter forças, forças suficientes para conseguir mandar tudo para trás das costas, pôr o passado no seu lugar e pensar que há muito para viver. Provavelmente ainda não te esqueci, porque não quero, ainda penso em ti, porque quero… Mas é somente porque não tenho vontade de guardar e esquecer tudo aquilo que eu achava que ia ser para sempre. Eu ainda acordo de manhã e passo os meus dias de igual forma a todos os outros, e ao fim do dia ainda chego ao meu quarto, deito-me na minha cama e choro, choro, choro… dando graças por estar num lugar seguro, onde ninguém me pode ver e apontar o dedo. Felizmente agora todas as lágrimas são de força. Choro porque dói, choro porque sinto saudade de voltar a ter o que tive, mas cada vez que o faço sinto-me mais forte e que tudo está mais perto de terminar em bem.
Não quero que venhas e digas que vamos ser amigos, porque nunca o vamos conseguir ser, nem quero que digas que posso contar contigo, quando sei que não posso, mas ao menos guardaste tudo contigo? Ao menos pensaste por uns momentos em tudo para que ficasse tudo registado num lugar nunca esquecido? Ao menos guardaste as palavras e as promessas, que serão, para além de tudo, eternas?
Agora sem ti sinto-me outra vez sozinha e que num mundo tão grande não existe um lugar bom para mim, mas dói mais saber que estas e estiveste tão perto… Já me mentalizei que o que foi não volta a ser nunca mais, e isso é uma grande ajuda para por uma pedra sobre o “meu” assunto, que és tu. Já pensei que tudo aquilo que fomos não vai voltar a ser, nem um terço do que foi.
E é por isso que agora já não existe um “nós”, existe um “eu” que está de um lado da linha, e um “tu” que está do lado completamente oposto. Embora ainda estejamos de frente e de olhos fixados, já não vemos nada, e atrás deste brilho, existe apenas isso, um só brilho…

“É melhor irmos…”
“Vai tu, a seguir vou eu!” 

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