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Vícios

Conseguiria eu tomar partido deste sentimento tão forte se não me visse obrigada a ter de o sustentar mais a cada dia que passa?

As coisas boas da vida são tão simples quando libertamos a nossa mente para as conceber… Gastamos sempre tanto tempo a complicar as coisas, quando o mais relevante está bem ao nosso alcance. Quantos minutos gastamos nós a pensar em quando tudo começou? Como começou, e com que intensidade chegou? Desperdiçamos o tempo, o nosso tempo, aquele que nos foi dado em busca de coisas do alto, a colocar incertezas onde não há lugar para elas e no fim nunca ganhamos nada de bom com isso.
Temos por natureza a exactidão de nos formarmos enquanto pessoas que somos, e em actuarmos com fim a alcançar o bem, o nosso próprio bem. Sentimos necessidade de amar algo ou alguém, quando isso é completamente dispensável. Será que precisamos de amar alguém para sermos felizes? Acredito que tenhamos de amar alguém para sermos ainda mais felizes.
Quantos de nós dão um autêntico valor à quantidade dos sentimentos, em vez de enaltecer a qualidade dos mesmos? De que vale amar múltiplas vezes, se não tenhamos sentido realmente nenhuma delas? À parte disso, todo o prazer é um vício.


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