Nunca lá estive, nem tão perto devo estar de imaginar
como seria, mas apenas pelo simples facto de como o descrevem eu traço a sua
imagem à minha maneira. Era escuro mas por vezes claro, bonito mas por vezes
feio, quando que olhado trazia boas lembranças e fazia com que qualquer pessoa
sonhasse em lá estar. Eu era uma delas. Era capaz de agarrar nele e leva-lo
comigo, ficar lá e usufruir de todos os momentos que estivessem para ser
vividos.
Andei anos, à espera do dia certo, perdi até meses a convencê-lo para que fosse comigo, prometi-lhe êxito e nunca a ruína. Sempre me olhou com olhos de dúvida, deixava-me até com esperanças de um dia, ser o dia. Passamos tempos nisto e eu sempre acreditei, achava que acreditar era a chave de tudo!
Até que o dia chegou e a pergunta foi-me feita: “Ainda me queres levar?” Não consegui falar, foi como se tudo em mim tivesse ficado estático. Tinha vontade de sorrir, mas não o fiz. Passado poucos segundos respondi-lhe firmemente “Não”. Ficou a olhar para mim com o ar de quem tem mil perguntas a fazer e só tem um minuto para tal. Talvez pensasse que o tenha dito da boca para fora, e voltou a questionar-me. Devolvi-lhe, translúcida, a mesma resposta. Ficou estupefacto. Sem que me fosse forçado, vi-me na obrigação de o esclarecer, afinal quando lhe convinha dizia-se sempre com pouca memória. Foi ai que lhe relembrei dos anos passados… “Lembras-te de quando te jurava êxito e nunca a ruína? Descobri agora que, afinal, o olhar com que me olhavas não era de receio, era de gozo e eu sempre me deixei levar por ele achando que não fosses seguro, hoje tenho em mim a certeza de que não é a ti que quero levar”
Acabei de falar, aguardando uma resposta rígida, sendo como sempre a sua única defesa.
Olhou-me nos olhos, deixando cair pelo rosto as lágrimas mais penosas que eu já vi em toda a minha vida. Fez-me lembrar outros tempos, em que chorava por apenas me ter magoado fisicamente. Agarrou a minha mão e pediu-me perdão por tudo. E eu, ao contrário do que achava, ganhei forças, despeguei-me dele, virei costas e fui-me embora.
Para onde fui? Não respondo.
Andei anos, à espera do dia certo, perdi até meses a convencê-lo para que fosse comigo, prometi-lhe êxito e nunca a ruína. Sempre me olhou com olhos de dúvida, deixava-me até com esperanças de um dia, ser o dia. Passamos tempos nisto e eu sempre acreditei, achava que acreditar era a chave de tudo!
Até que o dia chegou e a pergunta foi-me feita: “Ainda me queres levar?” Não consegui falar, foi como se tudo em mim tivesse ficado estático. Tinha vontade de sorrir, mas não o fiz. Passado poucos segundos respondi-lhe firmemente “Não”. Ficou a olhar para mim com o ar de quem tem mil perguntas a fazer e só tem um minuto para tal. Talvez pensasse que o tenha dito da boca para fora, e voltou a questionar-me. Devolvi-lhe, translúcida, a mesma resposta. Ficou estupefacto. Sem que me fosse forçado, vi-me na obrigação de o esclarecer, afinal quando lhe convinha dizia-se sempre com pouca memória. Foi ai que lhe relembrei dos anos passados… “Lembras-te de quando te jurava êxito e nunca a ruína? Descobri agora que, afinal, o olhar com que me olhavas não era de receio, era de gozo e eu sempre me deixei levar por ele achando que não fosses seguro, hoje tenho em mim a certeza de que não é a ti que quero levar”
Acabei de falar, aguardando uma resposta rígida, sendo como sempre a sua única defesa.
Olhou-me nos olhos, deixando cair pelo rosto as lágrimas mais penosas que eu já vi em toda a minha vida. Fez-me lembrar outros tempos, em que chorava por apenas me ter magoado fisicamente. Agarrou a minha mão e pediu-me perdão por tudo. E eu, ao contrário do que achava, ganhei forças, despeguei-me dele, virei costas e fui-me embora.
Para onde fui? Não respondo.
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