Sinto a brisa que nos envolvia passar por mim e
levantar-me os cabelos como se houvesse um vendaval que não quer parar,
juntamente com o cheiro que me faz correr atrás na esperança de ainda te voltar
a ter. E são esses momentos que me fazem recordar aquilo que julgava ter
esquecido e apenas estava no fundo da caixa dos segredos. Faz-me lembrar de
quando estávamos juntos, quando partilhávamos o lanche, quando andávamos de
mãos dadas, quando nos despedíamos, e essa era talvez a coisa que mais nos
custava, quando estávamos em casa como se fossemos marido e mulher, quando
estávamos abraçados e tu dizias que eu era a melhor coisa do mundo. Quando nos
diziam que estavam felizes por nós. E euuuuuu, que tentei esconder tanta vez,
eu que julgava que mudava de página e a nossa história ia ficar esquecida para
todo o sempre. Jurei a mim mesma que não voltaria a falar de tal assunto, mas é
difícil. Acho mesmo que é impossível, tenho tanta vontade de chegar ao pé de
ti, de te sorrir e ser retribuída, pelo menos isso… Mas continuas a fugir e a
fugir e a fugir! És a razão do meu grito. És a razão em toda a vez que ando
errada e que escrevo torto quando todas as linhas estão direitas para mim. Só
existes para me fazer andar para trás, quando a minha vontade é começar do zero.
E sabes o que é que ainda é pior? É que se me faltasses apenas aos meus olhos,
eu iria viver na amargura até ao fim dos meus dias. Estás longe, não falamos,
não sei se estás bem, não sei sequer como vão os teus problemas ou se ainda os
tens. Como vão as coisas na tua casa, e se continuas igual, ou melhor. Já perdi
a conta às roupas novas que compraste, quando era uma das coisas a que eu
tomava sempre atenção. A tua maneira de vestir, a tua forma de tratares de ti
deixava-me com inveja de mim própria, por seres todo meu. A tua óptima forma
física deixava-me doida só por ter a certeza que tinha todo o direito a ela.
Sentia orgulho em ti, pelas coisas que fazias, sabia que eras bastante elogiado
por elas e sabia que gostavas que eu sentisse orgulho nisso. Sentia a tua dor,
cada vez que ela existia e sabia quando era o momento certo para te apoiar.
Quando estavas num sítio e eu noutro, contava as horas que faltava para ir ter
contigo.
Os meus olhos transbordavam de felicidade quando te via sair de casa com um sorriso estampado, direito a mim, seguido de um beijo no qual me deixava segura e ter a certeza de que me amavas e tinhas medo de me perder. Ficava muitas vezes parada a olhar para ti, só a pensar na sorte que tinha, e no tempo que desperdicei, mas não fazia questão de pensar no passado. Felicitava-me pelo presente e fazia planos para o futuro, talvez tantos, que ficaram pelo caminho. Deixavas-me sem palavras, às vezes pensava até em inventar uma palavra só que incluísse tudo «amo-te; nunca me deixes; és o homem com quem quero ficar para sempre; fazes-me feliz; és lindo; fazes com que esqueça todo o mundo lá fora (…)» sabes? Todas aquelas tolices que ouvimos dizer, e que acabamos por dizer quando estamos apaixonados, porque queremos arranjar uma forma de o transmitir. Que disparate! Desde quando é que um sentimento abstracto, que não podemos agarrar, dá para reduzir a meras palavras? Só que às vezes queria ter a certeza de que também estavas a sentir o mesmo. E estavas, na maior parte das vezes… Pelo menos quando eu te dizia “estou a sentir um friozinho na barriga”, era felicidade, estava radiante e não estava a acontecer nada que se destacasse do habitual. Mas estava contigo. E isso era sempre motivo para “mandar foguetes”. Lembro-me que dizias sempre que sabias o que era isso, que também sentias. E eu retribuía sempre com um sorriso. Aqueles sorrisos que dizem tudo, quando parece que a voz não sai. Era espectacular. Tínhamos tanto em comum, sabíamo-nos ajudar tão bem um ao outro, às vezes chocávamos, mas era por termos feitios tão iguais. Mas bom bom, era quando isso mostrava o lado positivo que tinha. Entendíamos as coisas ao mesmo tempo, quando eu não percebia, tu explicavas-me. Conhecias-me, e sabias que era difícil entender algo que não fosse relacionado a ti. Tínhamos as mesmas ideias e o melhor de tudo, é que conseguíamos aplicá-las juntos. Habituei-me tanto a ti. Era como se tivesse a minha mãe, o meu pai, e o meu namorado. Entendes? Perder uma mãe, é duro. Um pai, tanto igual. E para mim, perder-te a ti, seria tal e qual a mesma coisa. Agora, é como se tivesse uma ferida sem cura. Uns dias sinto que alivia, outros parece que vai curar, já cheguei a pensar até que tinha secado. Mas depois há dias como este, em que sei que está ali e basta um simples toque, para que reabra, quebre os pontos que tanto tempo demoraram a ser feitos, e volte tudo ao mesmo, às lágrimas, à dor, e à vontade de nunca a ter tido. Já percebi tudo, e agora vou encarar como uma cicatriz, algo que se tem para sempre, ainda que faça de tudo para a disfarçar, ela vai estar sempre lá, é isso, é assim que te vou denominar. Cicatriz, és a minha cicatriz e ainda assim, fico feliz por saber que nunca te vais separar de mim. AMO-TE!
«Every step I take
Every move I make
Every single day
I'll be missing you»
Os meus olhos transbordavam de felicidade quando te via sair de casa com um sorriso estampado, direito a mim, seguido de um beijo no qual me deixava segura e ter a certeza de que me amavas e tinhas medo de me perder. Ficava muitas vezes parada a olhar para ti, só a pensar na sorte que tinha, e no tempo que desperdicei, mas não fazia questão de pensar no passado. Felicitava-me pelo presente e fazia planos para o futuro, talvez tantos, que ficaram pelo caminho. Deixavas-me sem palavras, às vezes pensava até em inventar uma palavra só que incluísse tudo «amo-te; nunca me deixes; és o homem com quem quero ficar para sempre; fazes-me feliz; és lindo; fazes com que esqueça todo o mundo lá fora (…)» sabes? Todas aquelas tolices que ouvimos dizer, e que acabamos por dizer quando estamos apaixonados, porque queremos arranjar uma forma de o transmitir. Que disparate! Desde quando é que um sentimento abstracto, que não podemos agarrar, dá para reduzir a meras palavras? Só que às vezes queria ter a certeza de que também estavas a sentir o mesmo. E estavas, na maior parte das vezes… Pelo menos quando eu te dizia “estou a sentir um friozinho na barriga”, era felicidade, estava radiante e não estava a acontecer nada que se destacasse do habitual. Mas estava contigo. E isso era sempre motivo para “mandar foguetes”. Lembro-me que dizias sempre que sabias o que era isso, que também sentias. E eu retribuía sempre com um sorriso. Aqueles sorrisos que dizem tudo, quando parece que a voz não sai. Era espectacular. Tínhamos tanto em comum, sabíamo-nos ajudar tão bem um ao outro, às vezes chocávamos, mas era por termos feitios tão iguais. Mas bom bom, era quando isso mostrava o lado positivo que tinha. Entendíamos as coisas ao mesmo tempo, quando eu não percebia, tu explicavas-me. Conhecias-me, e sabias que era difícil entender algo que não fosse relacionado a ti. Tínhamos as mesmas ideias e o melhor de tudo, é que conseguíamos aplicá-las juntos. Habituei-me tanto a ti. Era como se tivesse a minha mãe, o meu pai, e o meu namorado. Entendes? Perder uma mãe, é duro. Um pai, tanto igual. E para mim, perder-te a ti, seria tal e qual a mesma coisa. Agora, é como se tivesse uma ferida sem cura. Uns dias sinto que alivia, outros parece que vai curar, já cheguei a pensar até que tinha secado. Mas depois há dias como este, em que sei que está ali e basta um simples toque, para que reabra, quebre os pontos que tanto tempo demoraram a ser feitos, e volte tudo ao mesmo, às lágrimas, à dor, e à vontade de nunca a ter tido. Já percebi tudo, e agora vou encarar como uma cicatriz, algo que se tem para sempre, ainda que faça de tudo para a disfarçar, ela vai estar sempre lá, é isso, é assim que te vou denominar. Cicatriz, és a minha cicatriz e ainda assim, fico feliz por saber que nunca te vais separar de mim. AMO-TE!
«Every step I take
Every move I make
Every single day
I'll be missing you»
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