Nem fazes parte do meu
mundo, diretamente, mas tendes a agir como se ele fosse totalmente teu. Tendes
a continuar com este turbilhão de emoções que só nos faz sentir cada vez mais
dúvidas, mais medos, mais vontades… Quem é que pensas que és para o continuares
a fazer? Porque é que insistes em continuar com esse sorriso que provoca
mudanças bruscas no meu organismo? E esse olhar rasgado que me atrai para ele
como um íman. Nunca me considerei uma pessoa forte, mas talvez nunca me vi em
nenhuma circunstância em que tivesse de o ser, agora, acontece tudo ao mesmo
tempo. Como se tivesse deixado a janela aberta e tudo estivesse de pantanas, é
assim que o meu mundo está, aquele mundo em que tu permaneces sem pedires
permissão, e encantas sem que te esforces para o fazer. Gostava que as coisas
fossem simples, gostava de te poder amar e que isso fosse o suficiente. Há
sempre a hipótese de te banir da minha vida, já tentei, mas isso não foi a
solução. Aliás, gostava de ter uma solução, mas não consigo enxergar mais
nenhuma que seja eficaz.
A verdade é que estás de
passagem, sempre estiveste, mas esta é daquelas passagens que demora muito
tempo a passar e deixa marcas. Estou cheia de marcas tuas, torturas-me a cada
olhar, a cada palavra… Mas inexplicavelmente, eu não quero deixar essa tortura.
Talvez seja sádica, mas é o que sinto. Sinto que te podia agarrar, fazer-te
meu, mas sei que no dia em que assim o fosse tudo estaria perdido e a chama
ardente que me corre nas veias cada vez que te aproximas, ia deixar de existir.
Depois ia perder o melhor dos dois mundos, o nosso e o meu outro, aquele em que
tu estás apenas de passagem mas de que tens conhecimento completo.
Podia perguntar-te se
fosses tu, o que farias, mas seria uma pergunta irónica visto eu já saber a
resposta. A verdade é que nunca escolheste, quando tinhas duas hipóteses
agarraste as duas, mas eu não posso ser egoísta a esse ponto, até porque não
seria de mim… Não sei qual dos meus dois mundos tem mais privilégios, qual é
que chegou primeiro, ou qual é que cativou primeiro até porque o que conta é a
intensidade com que tudo aconteceu e sucedeu tudo de uma maneira tão rápida e
infalível que eu não tive tempo de agarrar só um no momento certo. Fui
agarrando…
E agora? Vejo-me dividida
entre:
Tudo aquilo que eu sempre
quis, que me completa, que me faz crescer, sorrir, que me mostra o mundo não a
cores mas como ele realmente é, que faz de mim uma pessoa feliz e que às vezes
arranja problemas onde eles não existem e consegue colocar numa fração de
segundos tudo de pernas para o ar.
E entre uma tentação
imensa que está envolta em expectativas e “e se’s…” que nunca vão passar disso
mesmo, especulações…
Um dia o fruto proibido
deixa de ser interdito e tudo deixará de fazer sentido. É preferível agarrar o
melhor de dois mundos e fazer a combinação de um amor puro e consistente com uma
amizade irrevogável em conjunto com uma história de amor bonita…
Felizes para sempre!
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