Avançar para o conteúdo principal

"De que falamos quando falamos de amor"

Eis uma questão a que sempre me perguntara. De que falamos quando falamos de amor? Será que quando mencionamos esse assunto, sabemos mesmo falar, ou simplesmente dialogamos? Será que pensamos nele como sentimento real e intenso que é, ou apenas na ideia de gostarmos dele? Quando falamos em amor, Lembramo-nos de paixão. Lembramo-nos de carinho, de dar, de receber, de sentimentos fortes. Falamos de sentimentos fortes, mas nunca ninguém o descrevera por completo e correctamente. Amor é a ferida que dói, mas não se vê. É o sentimento abstracto que se apodera sem pedir permissão.
Quando falamos de amor, falamos de algo que não nos é visível, mas sim permitido. Falamos, por vezes, de amor quando achamos que é isso que gostaríamos de ter. Eu não sei falar de amor. Não sei o que é o amor. Sei o que é sentir, foi algo que o tempo me ensinou. Mas não sei ao certo se o que sinto se chama de amor. Como poderei afirmar? Que certezas tenho, quando no momento em que penso em amor, as palavras me saem brutalmente repentinas e sem serem pensadas? Afinal, que sentimento é este? Como é que tanta gente diz amar, sem ter a certeza dos parâmetros em que realmente esse sentimento se enquadra...
Amor, eu chamar-lhe-ia de incógnita. 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

"Depois do medo, vem o mundo"

No dia que li esta frase, foi o momento em que entendi tudo.  Depois de toda a tempestade que passou por mim, senti finalmente que descansava sob uma cama de nuvens, cheia de conforto. Achava que era aquilo a recompensa por tudo o que já me tinha atormentado no passado e entreguei-me sem medo. Entreguei-me como quem está tão cansada que coloca as decisões nas mãos de outra pessoa e desfruta do caminho.  Mas Deus tem sempre um plano maior para nós, mesmo quando não entendemos.  Vivi os melhores dias da minha vida, as melhores semanas e os melhores meses. Amei, fui amada, cuidei, fui cuidada, abracei, fui abraçada, beijei, fui beijada. Depois veio a escuridão. Fui deixada como quem fecha uma janela num dia de sol. Assim, nessa rapidez. Os sonhos, os planos, toda a vida que sonhei, puxada debaixo dos meus pés de repente e sem qualquer hipótese de recuperação.  Seguiram-se dias muito duros. Em que me questionei a mim própria, perguntei-me onde é que não fui suficiente, o...

O amor que eu merecia

Há seis meses conheci a pessoa que me mudou. Seria cliché chamá-lo de amor da minha vida, uma vez que ainda estamos a menos de meio do fim da nossa vida, e só podemos tirar elações no final da história. A vida surpreende-nos, sempre. Normalmente, quando menos esperamos. Sendo eu uma pessoa de vivências, é curioso conseguir distinguir os sentimentos que guardo dentro do peito. Ao longo da vida temos alguns amores. O da adolescência, que nos faz acreditar que tudo é um conto de fadas, mas mais tarde ou mais cedo nos quebra. O da vida adulta, que julgamos eterno e melhor ou pior, é o que temos. Mas depois existe isto. Que ainda não sei bem definir. Acho que lhe vou chamar o amor que eu merecia. Este amor traz com ele a paz. Traz a paz de um final de tarde de domingo aconchegados no sofá embrenhados na felicidade da presença um do outro, sem que seja preciso mais que isso. Traz a energia de acordar cedo numa manhã de sol, com o entusiasmo de uma criança radiante por ir brincar no p...

Olá Pai

Há algum tempo alguém me disse que devia escrever-te. Não tive vontade e a ideia deixou-me revoltada. Ainda não sei se irás ser conhecedor destas palavras, mas agora tenho vontade e necessidade de as dizer. Há muita coisa que não sabes. A primeira, é que quando estamos dentro da bolha não conseguimos enxergar para fora dela, achamos que só existe aquele mundo, que é tudo imaculado e que fora dele é o desespero e que ficamos sem chão. Pois então vou dar-te uma novidade que talvez não saibas: eu desesperei e perdi o chão. Porque tal como tu, só conhecia o mundo dentro dessa pequena e apertada cúpula, onde tu vives e eu acredito que sempre viverás. Sempre vivi sob um céu estrelado que achei que me iria iluminar a vida inteira, que nunca me deixaria perder o rumo, e a verdade é que continuo a viver. Tenho muito de ti, mas sou uma versão muito mais melhorada. Tu, não saberias levantar-te do caos, e eu não só me levantei, como voltei a subir. Sabes porquê? Porque sempre me recusei a ficar al...