Já perdi a conta das vezes que repeti isto e por fim,
voltas sempre. Realmente foi um desperdício de tempo todas as vezes que chorei
por ti. Para quê? Basta um simples estalo de dedos e estas aqui que nem
cachorrinho aos pés do dono, é assim mesmo que te vou passar a tratar, é assim
que gostas. Parece é que desta vez quem não te quer mais, sou eu. Já não
chincas nada. Agora bem podes latir, podes até rastejar. Já não te quero.
Descobri isso no preciso momento em que ia a chamar por ti. Calei-me e descobri
que estares ali ou não estares, já não fazia diferença. Eu sabia que isto ia
acontecer só não esperava que fosse tão depressa, o que felizmente, sucedeu.
Sinto-me como se tivesse nascido novamente, como se nunca tivesse sofrido até
hoje, graças a mim e a mais ninguém o tempo em que suportei as piores coisas já
lá vai, como se nunca tivesse tido peso tão extensíssimo. Afinal o truque era
mesmo só esse, deixar andar, viver a minha existência sem fazer com que ela
dependesse de ti e de ninguém. Passei muito tempo presa a coisas
insignificantes e agora o tempo de me vingar disso, chegou. Tu, foste traído
por quem menos receavas e eu sai a ganhar, mais uma vez… Isto começa a
tornar-se algo frequente. Não te cansas de ser sempre eu a ganhar? Confessa.
Força, confessa que estás mortinho para que divida a minha fama contigo. Eu sei
que estás, até agora quem tem marcado pontos a toda a força, fui eu. Tu apenas
ficaste sentado, no banco do costume, a fumar os cigarros de sempre, com o
mesmo pensamento de sempre e enquanto isso, eu dei passos maiores que a minha
perna, e para bem dos meus pecados, não me sai assim tão mal quanto isso.
Evolui tanto, que já nem eu conheço bem este novo eu. Confesso que não
desgosto. Muito antes pelo contrário, como já referi, faz-me sentir alguém
novo, acabado de chegar a um mundo onde tudo é cor-de-rosa. Enquanto há uns
tempos atrás tudo surgia negro, acabei de encontrar a luz que os meus olhos
tanto suplicavam. Então eu digo: Estou aqui, pronta para viver de novo, sem ti
que sempre estiveste a mais.
And who? Who you think I am, who think that I will be without you?
And who? Who you think I am, who think that I will be without you?
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