Avançar para o conteúdo principal

Break The Ice

Uns sorrisos para aqui, uns olhares para ali, tens o brilhante dom de saber fazer tudo pela socapa mas a mim, não me enganas, já te conheço.
Tens algo especial, que por mais que me esforce, não sei explicar por meras palavras, és tu, tu, tu e isso basta. Não sei se é do teu sorriso, fascinante, não sei se é do teu olhar modesto mas encantador, não sei se é dos traços que ligam a tua boca ao teu nariz, não sei se é pelo tom de cor pelo qual o teu cabelo é coberto, mas sei que é alguma coisa. Tens seguramente algo inexplicável, mas até bastante claro. Talvez os meus olhos é que estão um tanto ou quanto obstruídos com resíduos indesejados, que não me deixam ver o que tu realmente exteriorizas.
Às vezes sou capaz de ficar horas a imaginar-te, ou a imaginar-nos, sou capaz de na minha cabeça, fazer o tal “filme” que ainda não conseguimos realizar. Talvez tu nem percas tempo com isso, talvez nem tenhas uma pequena ideia daquilo que me vai realmente no ânimo, mas o mais provável, é nem eu mesma a ter… Não é que esteja inconsciente dos meus actos psicológicos, mas é que são de tão elevada extensão, que nem eu própria já consigo estabelecer.
São poucos os momentos em que te consigo olhar verdadeiramente nos olhos, mas enquanto duram, não sei explicar o que vejo. É como se fosses diferente de tudo e todos, consigo ao mesmo tempo que pequenez, ver mentira. Ao mesmo que paixão, ver escárnio. Tens o insustentável poder de me trocar as voltas, de me deixar baralhada, sem qualquer tipo de rota.
Gostava que me desses o prazer de não me sentir tão pequena quando me vejo frente a frente contigo, esconde esse domínio só por segundos, e não me mostres a tua robustez.

Faz-te terno, só para mim. 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

"Depois do medo, vem o mundo"

No dia que li esta frase, foi o momento em que entendi tudo.  Depois de toda a tempestade que passou por mim, senti finalmente que descansava sob uma cama de nuvens, cheia de conforto. Achava que era aquilo a recompensa por tudo o que já me tinha atormentado no passado e entreguei-me sem medo. Entreguei-me como quem está tão cansada que coloca as decisões nas mãos de outra pessoa e desfruta do caminho.  Mas Deus tem sempre um plano maior para nós, mesmo quando não entendemos.  Vivi os melhores dias da minha vida, as melhores semanas e os melhores meses. Amei, fui amada, cuidei, fui cuidada, abracei, fui abraçada, beijei, fui beijada. Depois veio a escuridão. Fui deixada como quem fecha uma janela num dia de sol. Assim, nessa rapidez. Os sonhos, os planos, toda a vida que sonhei, puxada debaixo dos meus pés de repente e sem qualquer hipótese de recuperação.  Seguiram-se dias muito duros. Em que me questionei a mim própria, perguntei-me onde é que não fui suficiente, o...

O que fica, quando alguém se vai

 Após um ano e oito meses de “você é a pessoa que eu sempre quis” “que mulher incrível” “eu nunca te vou deixar, você é a mulher da minha vida”, noites de amor, manhãs de promessas, viagens incríveis e uma vida leve, ele foi-se embora com meia dúzia de malas e um “preciso de paz” preso na língua.  Ele foi, mas eu fiquei. Perdida em pensamentos e à procura de respostas que eu não sabia sequer se iam chegar.  Ao fim de dois ou três tombos na vida, não que fiquemos imunes, porque nunca ficamos, mas aprendemos a lidar com as imprevisibilidades da vida. Desta vez, mais madura e mais consciente, percebi que aquilo que os outros fazem, dizem ou decidem, é sobre eles, não sobre nós. Não nos define.  Este término não fez de mim menos mulher, mais fraca, ou menos capaz. Pelo contrário. Fez-me entender que a intensidade não é para todos, que o fogo queima, arde e faz doer e que chega a um ponto que ninguém quer viver nas chamas. Fez-me entender que quem não conversa com os seus...

Akai Ito

Despedimo-nos com um aperto no peito, um olhar triste e uma promessa de regresso que sabíamos que não íamos cumprir. Disseste-me "Vai viver a tua vida, sê feliz, um dia a gente encontra-se".  Eu podia viver mil vidas, tinha a certeza que esse encontro não ia acontecer.  Fomos viver a nossa vida. Vivemos experiencias que certamente naquela época, juntos, não seria possível. Explorámos tudo o que havia para explorar, separados. Fomos vida, demos vida, deram-nos vida a nós. Felizmente, agora sei, não a suficiente. Lembro-me de querer sempre saber de ti, perguntar por ti, não perguntar e ainda assim querer saber se eras feliz. Lembro-me até de ficar feliz pelas tuas conquistas. Guardei-te com amor e carinho num lugar só teu onde mais ninguém tinha acesso e o tempo passou. Faz quinze anos que te amei ao ponto de sofrer horrores por saber que não podíamos ficar juntos, embora quiséssemos. Éramos miúdos. Cheios de vontades e com pouca sabedoria. Olhar para ti naquela altura era como...