“É por querer dizer tanto, que hoje me faltam as
palavras”. Nunca uma frase tinha encaixado tão bem num contexto, nunca uma
frase soube tão bem exprimir o que eu queria dizer e não sabia, por essa mesma
razão… faltam-me as palavras. Antes tudo era perfeito porque simplesmente tudo
o que queríamos estava ali. E agora? O que lhe devo chamar quando acabo de
descobrir que afinal, não tinha nada? Eu já não sei. Se calhar nunca soube, e a
única coisa que soube fazer até agora foi mandar ao ar, falsas realidades que
justificassem o meu estado de espírito. De certo modo, eu consegui. Embora não
passasse de uma mentira, mentira que tu criaste, e que eu alimentei. Porque é
que não me disseste? Querias brincar? Eu também sei brincar, teríamos feito
melhor sem qualquer sombra de dúvida, e agora, não estávamos neste sítio, neste
sítio frio e sem luz, onde as vozes para nos salvar, não chegam ao céu! Sabes
qual é a minha vontade? É nada. Se houvesse alguma justificação, eu ganharia
forças e superava como sempre fiz. Mas agora, acho uma completa estupidez. Não
te conhecia assim… Fraco… Incapaz de lutar pelo que realmente queres só para
não te desfazeres do que achas que é bom, apenas achas, porque não é verdade.
Mas eu digo-te, o teu único bem, sou eu. E agora, perdeste-me. Perdeste-me por
culpa tua (embora também minha), tu perdeste-me, temia que acontecesse, mas na
hora eu achei que ias ser um homem. Achei que te ias fazer útil, e uma vez na
vida, mostrares-me que és capaz. E a única coisa que me deste a conhecer, foi a
tua parte fraca, a parte de uma pessoa fria, que não consegue fazer nada
sozinho. Olha, agora já não há nada a fazer, eu já não faço parte de ti, e tu,
já não és “prato do meu armário”. Só te queria fazer uma pergunta: És mais
feliz agora? Ou darias tudo para um rewind? Se um dia leres isto, responde-me.
No dia que li esta frase, foi o momento em que entendi tudo. Depois de toda a tempestade que passou por mim, senti finalmente que descansava sob uma cama de nuvens, cheia de conforto. Achava que era aquilo a recompensa por tudo o que já me tinha atormentado no passado e entreguei-me sem medo. Entreguei-me como quem está tão cansada que coloca as decisões nas mãos de outra pessoa e desfruta do caminho. Mas Deus tem sempre um plano maior para nós, mesmo quando não entendemos. Vivi os melhores dias da minha vida, as melhores semanas e os melhores meses. Amei, fui amada, cuidei, fui cuidada, abracei, fui abraçada, beijei, fui beijada. Depois veio a escuridão. Fui deixada como quem fecha uma janela num dia de sol. Assim, nessa rapidez. Os sonhos, os planos, toda a vida que sonhei, puxada debaixo dos meus pés de repente e sem qualquer hipótese de recuperação. Seguiram-se dias muito duros. Em que me questionei a mim própria, perguntei-me onde é que não fui suficiente, o...
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