Avançar para o conteúdo principal

Forever

Quando tudo começa, nem damos pelo tempo, é como se tudo ficasse guardado dentro de nós, sabemos como tudo começou, os passos todos, e sentimos orgulho nisso. Dizemos sempre que será “para sempre”, mas onde fica essa teoria, quando o “para sempre” chega ao fim? Deixa de existir. Mas é algo que repetimos sempre, é um erro, que cometemos constantemente. É apenas uma simples palavra, tão pequena, tão abstracta que nem damos conta do significado que ela tem, pelo qual a expressamos em vão, muitas das vezes. Puxamos tanto por uma irrealidade que queremos que seja real, que acabamos por nos envolver em equívocos causados não por mais ninguém, se não, nós próprios. Já fui uma dessas pessoas. Já me enganei como tu, e como todos nós. Mas confesso que o diria as vezes que fossem preciso. Daria tudo, para um “para sempre” que durasse para sempre. Tu não? Lá no fundo, ambos temos uma pequena noção desse significado. Quando te beijo, quando tu me beijas, quando te abraço e quando tu me abraças, sinto que é… para sempre. Insubstituível, e tão bom, que quase perco as forças. Acabam-se os problemas, acabasse tudo o que possa ser desleal, ficamos só nós. Nós, e um para sempre. Que acabou por ter fim. Há muito que me sinto… Tenho saudades de quando dizias que me amavas e que eu era única. Tenho saudades de quando dizias que nada nos ia separar, tenho saudades de acreditar em tudo isto, tenho saudades de um “forever” que não chegou nem a meio, tenho, tenho.
Queria-te tanto.

"forever" always seems to be around when things begin, but "forever" never seems to be around when things end. 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

"Depois do medo, vem o mundo"

No dia que li esta frase, foi o momento em que entendi tudo.  Depois de toda a tempestade que passou por mim, senti finalmente que descansava sob uma cama de nuvens, cheia de conforto. Achava que era aquilo a recompensa por tudo o que já me tinha atormentado no passado e entreguei-me sem medo. Entreguei-me como quem está tão cansada que coloca as decisões nas mãos de outra pessoa e desfruta do caminho.  Mas Deus tem sempre um plano maior para nós, mesmo quando não entendemos.  Vivi os melhores dias da minha vida, as melhores semanas e os melhores meses. Amei, fui amada, cuidei, fui cuidada, abracei, fui abraçada, beijei, fui beijada. Depois veio a escuridão. Fui deixada como quem fecha uma janela num dia de sol. Assim, nessa rapidez. Os sonhos, os planos, toda a vida que sonhei, puxada debaixo dos meus pés de repente e sem qualquer hipótese de recuperação.  Seguiram-se dias muito duros. Em que me questionei a mim própria, perguntei-me onde é que não fui suficiente, o...

O que fica, quando alguém se vai

 Após um ano e oito meses de “você é a pessoa que eu sempre quis” “que mulher incrível” “eu nunca te vou deixar, você é a mulher da minha vida”, noites de amor, manhãs de promessas, viagens incríveis e uma vida leve, ele foi-se embora com meia dúzia de malas e um “preciso de paz” preso na língua.  Ele foi, mas eu fiquei. Perdida em pensamentos e à procura de respostas que eu não sabia sequer se iam chegar.  Ao fim de dois ou três tombos na vida, não que fiquemos imunes, porque nunca ficamos, mas aprendemos a lidar com as imprevisibilidades da vida. Desta vez, mais madura e mais consciente, percebi que aquilo que os outros fazem, dizem ou decidem, é sobre eles, não sobre nós. Não nos define.  Este término não fez de mim menos mulher, mais fraca, ou menos capaz. Pelo contrário. Fez-me entender que a intensidade não é para todos, que o fogo queima, arde e faz doer e que chega a um ponto que ninguém quer viver nas chamas. Fez-me entender que quem não conversa com os seus...

Akai Ito

Despedimo-nos com um aperto no peito, um olhar triste e uma promessa de regresso que sabíamos que não íamos cumprir. Disseste-me "Vai viver a tua vida, sê feliz, um dia a gente encontra-se".  Eu podia viver mil vidas, tinha a certeza que esse encontro não ia acontecer.  Fomos viver a nossa vida. Vivemos experiencias que certamente naquela época, juntos, não seria possível. Explorámos tudo o que havia para explorar, separados. Fomos vida, demos vida, deram-nos vida a nós. Felizmente, agora sei, não a suficiente. Lembro-me de querer sempre saber de ti, perguntar por ti, não perguntar e ainda assim querer saber se eras feliz. Lembro-me até de ficar feliz pelas tuas conquistas. Guardei-te com amor e carinho num lugar só teu onde mais ninguém tinha acesso e o tempo passou. Faz quinze anos que te amei ao ponto de sofrer horrores por saber que não podíamos ficar juntos, embora quiséssemos. Éramos miúdos. Cheios de vontades e com pouca sabedoria. Olhar para ti naquela altura era como...