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Now, you died for me

Podia chamar-te mil e um nomes, dizer que és a pior pessoa do mundo e que já te consigo odiar com todas as minhas forças, tal qual como um dia te vim a amar, mas não o vou fazer. A partir de hoje, eu não vou sequer pronunciar o teu nome, não me vou mais preocupar contigo nem vou sequer querer saber por que becos te escondes. Vou guardar-te num pretérito bem passado e vou fingir que nunca exististe.
Conseguiste dizer coisas que eu nunca julguei ouvir de ninguém, conseguiste tornar-te na pessoa que eu nunca pensei que existisse neste mundo. Para mim, por muito estranho que seja, não és nada. Estou tão esgotada, que já não sinto nada… Já não é do meu ser perder mais tempo contigo, não consigo. Estou completamente estática, sem qualquer tipo de sentimento.
Não vou fomentar mais qualquer tipo de situações que provoquem alterações de estado de ambas as partes, só quero que desapareças da minha vida, do meu mundo, do meu pensamento…
Tudo aquilo que um dia existiu, acabou aqui. Tudo aquilo que me deitou abaixo em tempos, é hoje a minha robustez para levantar a cabeça.
Quero apenas que esqueças que um dia existi para ti, não quero que guardes, quero mesmo que esqueças, que mandes fora tudo o que te dei e que não recordes mais os traços que porventura ilustraste do meu rosto.
Por todos os tempos que me fizeste chorar, por todos os tempos que magoaste o meu sorriso, aqui tens aquilo que já a algum tempo me pediste: Esqueci-te. 

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